Retomada nas vendas de caminhões ocorrerá no 2º semestre
O III Fórum da Indústria Automobilística, realizado nesta segunda-feira, 9, no Golden Hall do WTC, em São Paulo (SP), teve grande espaço dedicado aos veículos comerciais. O segmento de pesados passa por momento complicado no mercado nacional. A falta de políticas e ações de incentivo por parte do governo para a compra de caminhões menos poluentes e o grande volume produzido de modelos Euro 3 no fim do ano passado, hoje encalhados nas concessionárias por conta da pequena antecipação de compras, já começam a tirar o sono dos fabricantes instalados por aqui.
Durante o painel Cenários para Veículos Comerciais, executivos do setor até tentaram minimizar as dificuldades, atribuindo a retração do primeiro trimestre à desinformação por parte dos frotistas quanto aos benefícios da motorização Euro 5, ao fraco desempenho econômico do País e ao achatamento dos fretes. “A partir de junho, com a efetivação da redução da taxa do Finame, deveremos ter uma retomada e o mercado deverá fechar com baixa de apenas 12% ante o excelente 2011”, projeta o diretor de vendas e marketing da Iveco, Alcides Cavalcanti.
Na visão do diretor de vendas, marketing e pós-vendas da Man Latin America, Ricardo Alouche, o momento não é de crise, mas de transição. “Nosso programa de produção está normal e será mantido. Os cortes que deveriam ser feitos foram realizados no ano passado e não temos planos de parar a produção”, afirma. O executivo acredita que com o fim dos estoques, hoje beirando 30 dias de venda, o consumidor voltará a comprar. Em alguns fabricantes, vale ressaltar, os estoques chegam aos 60 dias.
Para o assistente técnico da NTC, Antônio Lauro Valdivia Neto, a elevação do custo operacional em torno de 6% com modelos Euro 5, as variações de preços do Arla 32 e a desinformação dos médios e pequenos frotistas são os principais motivos da baixa. “O alto preço cobrado pelo Arla 32 em alguns locais assusta os transportadores”, afirma. Por outro lado, o diesel S50 vem sendo vendido dentro dos padrões, apenas R$ 0,05 mais caro do que o diesel tradicional. De acordo com o Valdivia Neto, incentivos fiscais para a aquisição do combustível deverão aumentar a distribuição do S50, já que os donos de postos se sentirão mais confiantes para a compra do produto que, até então, tem baixíssima saída pelo baixo volume de modelos Euro 5 na praça.
Enquanto a situação para os pesados se mantém complicada, para os leves o panorama é mais tranquilo. “O mercado de caminhões leves cresce de forma sustentável por conta das restrições de circulação impostas para os modelos pesados. Acredito que neste segmento a transição será suave e não deverá ser percebida”, aposta Cavalcanti, uma vez que os modelos da marca para tal segmento são dotados da tecnologia EGR.
Leia a matéria na íntegra.
Portal Automotive Business - 10/04/2012