Reunião em Brasília descarta risco de falta de etanol

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O governo não acenou com a possibilidade de redução da mistura de etanol anidro na gasolina, atualmente em 25%, em razão da alta dos preços na bomba dos postos de combustíveis, em reunião realizada hoje em Brasília entre técnicos dos ministérios da Agricultura, Minas e Energia e Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e representantes da Unica.

Segundo o diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues, o governo viu pelos dados apresentados que existe etanol suficiente para abastecer o mercado até o início da próxima safra em meados de abril. "A reunião foi muito produtiva porque mostramos que reduzimos a volatilidade dos preços ao produtor neste safra em relação da safra passada", disse. Em 2009/10, a variação dos preços do etanol ao produtor ultrapassou os 100% e, nesta safra, está em torno de 50%.

Porém, de acordo com Padua, os recursos de warrantagem disponibilizados pelo governo não chegaram em sua totalidade às mãos dos produtores. "Apenas 20% dos recursos liberados foram utilizados e, agora, precisamos ver porque isto aconteceu e tentar mudar isto nas próximas safras para que possamos estocar mais etanol para entressafra e reduzir ainda mais a volatilidade dos preços", disse.

O executivo afirma que, neste momento, os preços diários ao produtor praticados em Paulínia (SP) registram estabilidade. "Acredito que os preços pagos ao produtor já atingiram o seu teto. Porém, não sei qual é a política de preços das distribuidoras", afirma.

Na reunião também foram esboçadas as razões pela qual o setor não está ampliando sua produção de etanol. "O setor parou de crescer com a crise. Para haver uma retomada do crescimento, precisa haver segurança de mercado para escoar o etanol. Não podemos crescer para ter excesso de oferta e ficar no prejuízo", disse. Padua explica que esta retomada de investimentos precisa ser em um novo patamar tecnológico, já prevendo plantio e colheita mecanizada, para reduzir custos agrícolas e aumentar a produtividade industrial, o que demanda novas formas de financiamento.

Agência Estado