S-50 ainda à espera de compradores

em

A oferta de diesel S50 no mercado brasileiro, indispensável para abastecer os novos motores Euro 5, que atendem aos limites de emissão de poluentes Proconve P7, ainda não se encontrou com a demanda. O combustível com o máximo de 50 partes por milhão (ppm) de enxofre está disponível desde 1º de janeiro em alguns postos, quando entrou em vigor a nova legislação de emissões, mas os frotistas de veículos comerciais ainda estão na fase de degustação do novo produto, que custa cerca de 10 centavos a mais nas bombas.

"Janeiro foi um mês em que a demanda do diesel limpo no atacado atendeu o enchimento dos tanques nos postos", explicou Ricardo Hashimoto, diretor para postos de rodovia da Fecombustíveis. "Em fevereiro nossa receita na comercialização do S50 será inferior à obtida em janeiro", calcula, sem esconder a preocupação com o baixo volume negociado e também com a estabilidade química do combustível nas bombas, em razão da adição do biodiesel.

A Fecombustíveis já vinha alertando as autoridades para a degradação do S500, apesar do maior conteúdo de enxofre na fórmula, um bactericida. O recém-chegado S50, que contém dez vezes menos enxofre, está mais sujeito à deterioração.

Dirceu Amorelli, superintendente de abastecimento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), está preocupado com o programa de distribuição do diesel limpo, produto que só pode ficar estocado por 60 dias, dependendo das condições de limpeza e filtragem dos tanques. "Não podemos permitir que produto de má qualidade seja comercializado", disse, assegurando que a agência vai monitorar o mercado. Ele confia que a partir de março os negócios com caminhões P7 e diesel limpo começarão a decolar.

Até dezembro a ANP esteve empenhada em convencer os proprietários de postos a aderir à rede de distribuição de S50. Quase 3 mil estabelecimentos destinaram bombas ao novo combustível. "O diesel está disponível. Agora faltam os caminhões", disparou.

"Os dez centavos a mais no preço não motivam o usuário a escolher o S50 nas bombas. Ele acaba ficando com o S500. É preciso entender que os postos disputam os clientes com os concorrentes vizinhos até a casa dos centavos. O grau de competição é muito elevado e fazer promoção, para estimular a venda do S50, pode levar a prejuízo", definiu Hashimoto.

ARLA 32

Achille Liambos, diretor da Yara, uma das maiores empresas do mundo na produção e distribuição de soluções especiais de ureia para pós-tratamento em sistemas SCR de veículos comerciais, disse que o mercado ainda está sendo abastecido com Arla 32, por meio de postos de combustíveis, concessionárias e representantes comerciais de fabricantes de motores.

O executivo pretende ter forte atuação no Brasil e acredita que a partir de março estará entrando em regime a comercialização de caminhões, diesel limpo e Arla 32. A ureia da Yara é comercializada com o nome Air1.

Portal Automotive Business