Sai gasolina, entra hidrogênio

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"Você já dirigiu um carro com célula de combustível?", perguntou Carlos França, engenheiro da General Motors nos EUA. Estávamos no campo de provas da fabricante, situado nos arredores de Detroit.   Especializado no desenvolvimento de automóveis menos poluentes, como o Chevrolet Volt, França queria mostrar um de seus orgulhos, o Equinox Fuel Cell.   O modelo movido pela combinação de hidrogênio com o oxigênio da atmosfera, cuja energia gerada alimenta um motor elétrico, era realmente fantástico. Não pelo jeitão de minivan, mas, sim, por soltar apenas vapor pelo escapamento.   O engenheiro, que nasceu no Brasil e mora há anos em Detroit, explicou em detalhes o funcionamento do carro. Os cabos sob o capô e os mostradores digitais da cabine remetiam ao DeLorean do filme "De Volta para o Futuro". Contudo, em movimento, esse Equinox não diferia em quase nada de um automóvel elétrico comum.   Uma das vantagens era a autonomia maior: com os tanques de hidrogênio cheios, o carro podia rodar cerca de 320 quilômetros sem reabastecer. O dobro de um elétrico convencional em condições ideais de uso.   A lamentar, só o preço. O teste ocorreu em 2011, quando as estimativas mostravam que carros a hidrogênio teriam valores proibitivos, até cinco vezes superiores aos dos equivalentes a gasolina.   Porém, essa realidade está prestes a mudar. A Toyota anunciou que lançará o primeiro veículo com célula de combustível produzido em larga escala. A marca afirma ter conseguido reduzir o custo de produção em 70%.   É um avanço e tanto, que será repetido por muitos outros fabricantes com pesquisas avançadas no setor. Se a infraestrutura para reabastecimento acompanhar a evolução dos carros, em breve teremos modelos mais limpos e eficientes que os elétricos e híbridos atuais circulando pelo planeta.   Fonte: Folha de S. Paulo