Setor de serviços frustra expectativas e recua 0,2% em fevereiro
O volume do setor de serviços no Brasil recuou 0,2% em fevereiro, na comparação com janeiro, informou nesta terça-feira (12) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Foi a segunda taxa negativa em sequência.
Mesmo com o desempenho, o segmento está 5,4% acima do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020.
O setor de serviços envolve uma grande variedade de negócios: de bares, restaurantes e hotéis a instituições financeiras, empresas de tecnologia e de transportes.
O resultado divulgado pelo IBGE veio abaixo das expectativas do mercado financeiro. Na mediana, analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam avanço de 0,7%.
A divulgação desta terça é a primeira após o IBGE atualizar o modelo de ajuste sazonal da pesquisa. Conforme o instituto, o procedimento é padrão em levantamentos do tipo e busca aprimorar as informações avaliadas.
Com a chegada da pandemia, no primeiro trimestre de 2020, a prestação de serviços diversos sofreu um choque no país.
À época, o baque ocorreu porque o segmento reúne atividades dependentes da circulação de clientes, que despencou após a adoção de restrições para conter a Covid-19.
Hotéis, bares, restaurantes e eventos fazem parte da lista de negócios impactados.
O que amenizou as perdas iniciais e impulsionou o setor ao longo da crise foi o avanço de serviços ligados à tecnologia. Essas atividades tiveram demanda aquecida com as medidas de isolamento social.
No segundo semestre de 2021, os serviços de caráter presencial também passaram a apostar em uma melhora dos negócios devido ao avanço da vacinação contra a Covid-19 e à reabertura da economia.
A recuperação, no entanto, vem sendo ameaçada pelo cenário de escalada da inflação, juros mais altos e renda fragilizada. Analistas sublinham que esses fatores, em conjunto, diminuem o poder de compra dos consumidores.
Autor/Veículo: Folha de S.Paulo