Térmica de Cuiabá volta a operar
"O dia de hoje é uma grande vitória para todos que lutam pelo desenvolvimento de Mato Grosso”, enfatizou o presidente da Pantanal Energia, Fabio Garcia, durante a solenidade de retomada das operações da usina térmica de Cuiabá. Em um evento marcado pela presença de autoridades das esferas municipais, estaduais e federais, a Pantanal Energia formaliza o retorno às operações, depois de quatro anos de paralisação após problemas no fornecimento de gás natural – principal insumo da termelétrica – da Bolívia para Cuiabá.
A usina, maior empreendimento privado de Mato Grosso, tem capacidade para gerar 480 megawatts (MW) – volume suficiente para suprir até 60% da demanda por energia de todo o Estado. Além disso, está localizada no maior centro de carga de Mato Grosso, a baixada cuiabana, o que confere segurança energética para o Estado.
“Temos certeza de que este é um dia histórico para o Estado, porque a garantia do gás natural para a térmica é a garantia de desenvolvimento do mercado de gás para todo Mato Grosso”, pontuou João Marcello Rangel, gerente da Petrobras.
Desde março de 2011, a Petrobras é a titular da energia gerada pela térmica de Cuiabá. Essa parceria foi necessária para viabilizar o retorno no fornecimento de gás natural boliviano para o Estado, uma vez que a Bolívia já mantinha contratos de longa duração com a Petrobras. A Pantanal Energia continua sendo a proprietária da UTE Cuiabá e seguirá à frente da operação e manutenção do empreendimento.
O diretor nacional de Gás Natural da estatal boliviana Yacimientos Petroliferos e Fiscales Bolivianos (YPFB), Jorge Sosa, antecipou o interesse da Bolívia de manter o atendimento a Mato Grosso. “Nestes dois próximos anos, vamos estudar a forma de instituir um contrato diretamente com a Pantanal Energia”, revelou. Atualmente, o gás natural que serve a termelétrica deriva do contrato da YPFB com a Petrobras.
O governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, destacou a importância da usina térmica de Cuiabá para a continuidade dos planos estratégicos de desenvolvimento do Estado. “Agora poderemos interiorizar o mercado de gás natural, para atender de indústrias a automóveis. Assumimos esse compromisso com nossa população e hoje estamos felizes em dizer que o fornecimento de gás natural voltou à normalidade. É um dia histórico”, afirmou.
Ao lado do secretário de Estado de Indústria, Comércio, Mineração e Energia, Pedro Nadaf, Silval Barbosa foi um importante articulador para a construção da parceria entre Pantanal Energia, Petrobras e YPFB. “Tínhamos uma complexidade de relacionamentos de diversas esferas do poder público brasileiro e boliviano. A participação do governador deu celeridade e peso político para os trâmites. Com certeza este será um dos grandes legados que o governador deixará para a população”, reconhece o diretor presidente da Pantanal Energia, Fabio Garcia.
A retomada da usina ocorre dias depois da assinatura de um contrato de fornecimento de gás natural pela Bolívia para a Petrobras, que destinará diariamente 2,2 milhões de metros cúbicos de gás natural para a térmica. O contrato foi assinado no dia 13 de setembro pela estatal boliviana YPFB, Petrobras e Pantanal Energia, depois de meses de negociação.
Também estiveram presentes no evento de hoje Katya Diederich, presidente da Gas Trans Boliviano (GTB), e os gerentes da Petrobras Sergio Cortes Denys e Marcelo Cruz Lopes. Helny de Paula, presidente da MT Gás, Mário Milton, presidente da MT Fomento, e Jandir Milan, presidente da Fiemt, também marcaram presença.
A classe política compareceu em peso. Acompanharam a solenidade de retomada da termelétrica o deputado federal Wellington Fagundes, o deputado estadual Carlos Avalone, o prefeito de Cuiabá, Chico Galindo, o suplente do senador Blairo Maggi, Rodrigues Palma, e a ex-senadora Serys Marli.
A importância da termelétrica para Mato Grosso
A termelétrica de Cuiabá agrega importante capacidade de geração para o Sistema Interligado Nacional (SIN), reforçando-o e tornando-o mais seguro para dar conta do processo de crescimento econômico mato-grossense e brasileiro. Com a térmica em operação, é possível garantir a qualquer investidor que em Mato Grosso não faltará energia, independente do volume pluviométrico, do nível de reservatório e da hidraulicidade das usinas hidroelétricas.
Além disso, a térmica é uma grande parceira do desenvolvimento do mercado do gás em Mato Grosso, pois os grandes volumes de gás transportados em seu gasoduto ajudam na modicidade tarifária do transporte do gás que chega à MT Gás. É também o maior investimento privado do estado, tendo recebido US$ 750 milhões de investimento no final da década de 90 – o que corresponderia a aproximadamente R$ 1,5 bilhão.
Saiba mais
A usina térmica de Cuiabá faz parte do chamado “Projeto Integrado Cuiabá”, que começou a ser concebido em 1996, quando Mato Grosso ainda era um estado deficitário de energia elétrica. Em 1997, a Eletronorte publicou uma licitação internacional na modalidade de menor preço buscando a implantação de uma usina de geração de energia em Cuiabá. O objetivo era solucionar definitivamente as deficiências de fornecimento de energia no estado de Mato Grosso. Em 1997, a Empresa Produtora de Energia (EPE) ou Pantanal Energia (nome de fantasia), sagrou-se vencedora da licitação internacional, tendo oferecido o menor preço para fornecimento de energia elétrica entre todos os participantes.
Uma das principais marcas do Projeto Integrado Cuiabá é a eficiência. Com a adoção do chamado Ciclo Combinado, a térmica aproveita o calor gerado pela combustão do gás natural para gerar vapor d’água e produzir ainda mais energia. Além disso, a própria utilização do gás natural é um diferencial, pois é considerado um dos combustíveis fósseis de menor impacto ambiental.
A usina opera de forma totalmente automatizada, atendendo as mais severas padronizações quanto à segurança do trabalho. Todos os funcionários são treinados para manterem práticas corretas e seguras, além de ser política da empresa a disseminação de ações ambientalmente corretas.
Números
Capacidade de geração: 480 MW
Consumo de gás natural: 2,2 milhões de m³/dia
O gasoduto: soma 643 km de extensão, saindo da cidade de Chiquitos, na Bolívia, passando por San Matias e Cáceres até a chegada em Cuiabá. Foi dimensionado para atender não somente a térmica de Cuiabá, mas também o mercado de gás de Mato Grosso. Com capacidade para transportar até 7,3 milhões de m³/dia de gás, o gasoduto atende a térmica de Cuiabá com 2,2 milhões de m³/dia e libera a capacidade excedente para o atendimento da demanda de Mato Grosso.
Investimento: aproximadamente US$ 750 milhões (cerca de R$ 1,5 bilhão)
Dialog Assessoria
Foto: Christian Guimarães