Venda de carro bate recorde pelo 5º ano seguido

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As medidas de aperto no crédito anunciadas pelo Banco Central na sexta-feira e que entraram em vigor ontem não mudaram as projeções das montadoras para este ano. O setor deve encerrar 2010 com 3,45 milhões de veículos vendidos, 50 mil a mais do que a última projeção feita pela Associação Nacional dos  Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que chega assim em seu quinto ano seguido de recorde. Os números incluem a previsão de vendas de 316,5 mil unidades até o fim do mês.

Para 2011, a previsão é de novo crescimento, mais modesto, porém, do que os 9,8% que serão registrados este ano. O presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, projeta vendas de 3,63 milhões de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, alta de 5,2% em relação a este ano. Já a produção, que em 2010 também será recorde, com 3,64 milhões de unidades – 10% acima de 2009 –, crescerá apenas 1,1%, para 3,68 milhões de veículos.

O ritmo menor será puxado pela queda das exportações, que devem baixar de 780 mil unidades este ano para 730 mil, por causa dos efeitos da política cambial que, segundo Belini, reduz a competitividade do carro nacional. Por outro lado, as importações, que este ano atingiram participação recorde de mais de 18% nas vendas totais, também continuarão crescendo e devem representar entre 20% e 22% dos negócios em 2011.

Em 2005, essa participação era de 5,1%. “Estamos com o farol amarelo aceso”, diz Belini. Ele ressalta que a balança comercial do setor automotivo, incluindo autopeças, já acumula déficit de quase US$ 5 bilhões (com exportações de US$ 16,3 bilhões e importações de US$ 21,2 bilhões). No ano passado, o déficit ficou em US$ 3 bilhões. (O Estado de S. Paulo)